...Por conta dessa minha vida
maluca, não consigo descansar tanto quanto deveria, fico pensando se é o caso
de trocar de emprego ou pedir demissão e torrar o dinheiro em alguma viagem de
auto-conhecimento, sei lá. Não tenho tempo pra nada, saio às 6am e pego aquele
metrô lotado, parecendo uma lata de sardinha gigante – o cheiro é igual-,
empurra aqui, se equilibra ali e desce – caso consiga- acolá. Consigo
desembarcar e corro Paulista a baixo rumo à faculdade, concentra, pesquisa,
questiona, escreve, questiona, responde outro questionamento, socializa, toma
um café, volta pra aula, o horário termina, volto para aquele metrô lotado,
parecendo uma lata de sardinha gigante – o cheiro é igual-, empurra aqui, se
equilibra ali e desce – caso consiga- acolá. Pausa pro almoço, como correndo,
atualizando as redes sociais, vendo as notícias do dia, absorvendo informações
uteis e outras tão inúteis quanto esse texto. Corro pro trabalho, ligo o
computador, mais informações, mais exigências, mais problemas pra solucionar.
Escreve, apaga, reescreve, revisa, envia. Tudo certo, uma mera dor de cabeça
aparece, mas isso passa, tomo um café, uma água, uma aspirina, retorno pro
computador, trabalho. Fim do expediente. Volto para aquele metrô lotado,
parecendo uma lata de sardinha gigante – o cheiro é igual-, empurra aqui, se
equilibra ali e desce – caso consiga- acolá. Chego em casa, tomo banho, cozinho,
janto, olho as redes sociais, fulano postou uma nova foto (não vejo), cicrano
marcou que estava em tal lugar com beltrano (não curto), alguém compartilhou
uma matéria do Estadão (Clico, leio, não concordo), mais de mil amigos no Facebook e ninguém pra interagir,
então resolvo ir dormir, aquela dor de cabeça volta com um desconforto maior e
o cansaço do corpo não melhora a sensação de “o que é que to fazendo da vida?”,
é só uma crise de existencialismo, acho que deve ser estresse...
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