Só depois
que a gente cresce é que algumas coisas começam a fazer sentido, os conselhos
dos avós, por exemplo. No momento eu estou pensando no coelho de Alice no País
das Maravilhas, ele vivia correndo de um lado para o outro dizendo “não há
tempo”, até então eu achava um personagem chato e incoerente, já que na
infância se tem todo o tempo do mundo, como diria Renato Russo.
Mas Renato
estava errado. Uma pena! Não temos todo o tempo do mundo. Num piscar de olhos passou-se
muito tempo e eu cheguei aos vinte e quatro anos! E só agora entendo o que o
coelho da Alice queria dizer. Não tenhamos pressa, mas não percamos tempo. Nessa vida adulta, time is Money! Você fica preso em um ciclo sem fim de
casa>trabalho>estudo>casa... Você tem dinheiro, mas não tem tempo para
gasta-lo de maneira positiva consigo mesmo. Ou... Você até tem tempo, mas não
tem dinheiro.
Nesse
momento aquela visão de um futuro ideal que tu criou há 10 anos (quando deveria
estar no ensino médio) aos poucos começa a ser esmagada pela realidade da vida adulta. Muito
trabalho, pouco tempo, quase não se ver os amigos, todo mundo está sempre com
pressa e sem paciência para uma vida social. Eu mesma já perdi a conta de quantas
vezes remarquei aquele chopp com a galera, ou simplesmente aquele cinema com
alguém que ousa desafiar minha desenfreada agenda de compromissos profissionais
só pra terminar algum trabalho, trabalho esse que não pode esperar, que me
priva de socializar e apenas paga as minhas contas em troca de metade do meu
tempo.
Tempo.
Tempo. Tempo! Pare coelho, assim vamos ter um colapso nervoso, desenvolver
alguma crise de ansiedade e tantas outras doenças “modernas”! Pelo amor de
Deus, será que ninguém vê que estamos construindo castelos de areia? Dizem que
os vinte e poucos anos são incríveis, talvez fossem para outras gerações,
atualmente eles só têm alimentado aquele pensamento de: “como meus pais
conseguiram trabalhar, se conhecer, namorar, cuidar de um lar, ter um bebê e
ainda assim superar os vinte e poucos sem nenhuma doença cardíaca? ”
Às vezes acho que não vou sobreviver a tudo
isso, mas hoje eu parei de correr! Me dei um tempo.
Então, fica
aqui meu apelo: Por favor, não romantize o excesso de trabalho! Nada em excesso
faz bem! Aproveitando... Quem topa uma cerveja no Charme da Paulista?
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