crônica estresse

Infinito particular

21:15Jô Lima



...Por conta dessa minha vida maluca, não consigo descansar tanto quanto deveria, fico pensando se é o caso de trocar de emprego ou pedir demissão e torrar o dinheiro em alguma viagem de auto-conhecimento, sei lá. Não tenho tempo pra nada, saio às 6am e pego aquele metrô lotado, parecendo uma lata de sardinha gigante – o cheiro é igual-, empurra aqui, se equilibra ali e desce – caso consiga- acolá. Consigo desembarcar e corro Paulista a baixo rumo à faculdade, concentra, pesquisa, questiona, escreve, questiona, responde outro questionamento, socializa, toma um café, volta pra aula, o horário termina, volto para aquele metrô lotado, parecendo uma lata de sardinha gigante – o cheiro é igual-, empurra aqui, se equilibra ali e desce – caso consiga- acolá. Pausa pro almoço, como correndo, atualizando as redes sociais, vendo as notícias do dia, absorvendo informações uteis e outras tão inúteis quanto esse texto. Corro pro trabalho, ligo o computador, mais informações, mais exigências, mais problemas pra solucionar. Escreve, apaga, reescreve, revisa, envia. Tudo certo, uma mera dor de cabeça aparece, mas isso passa, tomo um café, uma água, uma aspirina, retorno pro computador, trabalho. Fim do expediente. Volto para aquele metrô lotado, parecendo uma lata de sardinha gigante – o cheiro é igual-, empurra aqui, se equilibra ali e desce – caso consiga- acolá. Chego em casa, tomo banho, cozinho, janto, olho as redes sociais, fulano postou uma nova foto (não vejo), cicrano marcou que estava em tal lugar com beltrano (não curto), alguém compartilhou uma matéria do Estadão (Clico, leio, não concordo), mais de mil amigos no Facebook e ninguém pra interagir, então resolvo ir dormir, aquela dor de cabeça volta com um desconforto maior e o cansaço do corpo não melhora a sensação de “o que é que to fazendo da vida?”, é só uma crise de existencialismo, acho que deve ser estresse...

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